"Por quase seis meses me mantive, por decisão própria, apenas a
observar os acontecimentos administrativos de Cipó. Preferi, nesse
período me reservar e cuidar de mim, afinal, precisamos olhar para nós
mesmos e nos cuidarmos, mas, diante dos fatos, exponho agora minha
opinião, lembrando que esta nem sempre reflete a opinião de meus
familiares.
Como acreditar num gestor em que seu primeiro ato
administrativo é nomear uma horda de parentes e amigos para ocupar
cargos de confiança? Lembro aos meus leitores que o gestor é meu
parente e, por conseguinte, nomeou parentes que são meus também.
Esperei os 100 dias, não vi nada, esperei 120, 150 e quase 180 e as
mudanças não estão ocorrendo. No dia 29.05 não havia sequer um soro para
reidratação oral no hospital. A equipe de plantão, diga-se, formada por
profissionais excelentes, dedicados e atenciosos. Contudo não havia
itens mais básicos para um atendimento de emergência. Faltava até então
medicamentos para hipertensão, diabetes, dentre outros. Nessa mesma
noite, a praça estava às escuras, favorecendo o contexto para os furtos e
roubos que estão ocorrendo na cidade.
Fico pensando nas pessoas
que não tem recursos para comprar medicamentos e, diante do cenário
nacional, não prevejo melhorias impactantes na saúde, na educação nem na
segurança. As questões ambientais estão sendo tratadas com descaso e o
nosso rio há muito pede socorro.
Pastas importantes estão nas mãos de pessoas despreparadas. O cargo de vice-prefeito está sendo ocupado por três assessores que sabemos muito bem seus nomes, não preciso citá-los. Bradamos aos quatro ventos que a população, os funcionários públicos, os cidadãos que não concordam com desmandos administrativos não queriam mais o modelo de administração persecutória, mas, infelizmente, ele se perpetua não na figura do prefeito, mas de seus mandatários.
E o que temos de mais novo? Jegues no PSF do Bairro
Vitória, sujeira, cavalos na praça, buracos pra todo lado. Ops... isso
não é tão novo assim... A novidade é que foi aprovado na calada da noite
o projeto que aumenta de 212 para 351 o número de cargos comissionados.
Podemos concluir que a cidade não está em crise financeira e
que muitas casas do Gideão, desmoronadas desde o vendaval de 04 de
janeiro de 2016 estão todas de pé, concluídas com ajuda da prefeitura
(herança maldita das águas de um novo tempo). Só que não.
Enquanto alguns irão pilhar os cofres públicos, a cidade permanece cheia
de buracos, os funcionários comissionados continuarão dormindo até dez
horas e aprendendo a cultura do predatismo do erário. A
administração, meus caros, não encontrou o rumo, não acertou o passo,
mas não podemos passar mais três anos e meio aceitando calados que tudo
está bem.
Sou cipoense, de nascimento e de alma e me envergonha
ter que dizer que as harpias continuam rondando Cipó sob a égide de um
mandato concedido pelo povo e que apoiará irresponsavelmente qualquer
projeto apresentado pelo Executivo, repetindo erros de administrações
anteriores.
Sempre há quem defenda o indefensável. Sempre há quem pensa que almejo cargos eletivos ou comissionados, mas as ações administrativas tomadas em Cipó desde o mais remoto tempo, me fazem refletir sobre o meu papel de cidadã e me tornar cada vez mais avessa à política eleitoreira.
Não. Não me calarei... por ora ando ocupada
com meus projetos pessoais, dos quais em breve darei notícias e com a
organização do III Colóquio de Educação Infantil Formacce Infância, da
UNEB, todavia, continuo indo a Cipó, observando, conversando com as
pessoas, ouvindo suas opiniões pois não gosto de publicar mentiras ou
leviandades. Fica aqui o meu profundo repúdio às velhas práticas de tão jovem gestor... e esmaece o meu último fio de esperança..." Por Niclécia Gama, na sua pagina no facebook.
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