sábado, 10 de junho de 2017

CIPÓ: NOVOS TEMPOS, VELHAS PRÁTICAS

"Por quase seis meses me mantive, por decisão própria, apenas a observar os acontecimentos administrativos de Cipó. Preferi, nesse período me reservar e cuidar de mim, afinal, precisamos olhar para nós mesmos e nos cuidarmos, mas, diante dos fatos, exponho agora minha opinião, lembrando que esta nem sempre reflete a opinião de meus familiares.

Como acreditar num gestor em que seu primeiro ato administrativo é nomear uma horda de parentes e amigos para ocupar cargos de confiança? Lembro aos meus leitores que o gestor é meu parente e, por conseguinte, nomeou parentes que são meus também.

Esperei os 100 dias, não vi nada, esperei 120, 150 e quase 180 e as mudanças não estão ocorrendo. No dia 29.05 não havia sequer um soro para reidratação oral no hospital. A equipe de plantão, diga-se, formada por profissionais excelentes, dedicados e atenciosos. Contudo não havia itens mais básicos para um atendimento de emergência. Faltava até então medicamentos para hipertensão, diabetes, dentre outros. Nessa mesma noite, a praça estava às escuras, favorecendo o contexto para os furtos e roubos que estão ocorrendo na cidade.

Fico pensando nas pessoas que não tem recursos para comprar medicamentos e, diante do cenário nacional, não prevejo melhorias impactantes na saúde, na educação nem na segurança. As questões ambientais estão sendo tratadas com descaso e o nosso rio há muito pede socorro.

Pastas importantes estão nas mãos de pessoas despreparadas. O cargo de vice-prefeito está sendo ocupado por três assessores que sabemos muito bem seus nomes, não preciso citá-los. Bradamos aos quatro ventos que a população, os funcionários públicos, os cidadãos que não concordam com desmandos administrativos não queriam mais o modelo de administração persecutória, mas, infelizmente, ele se perpetua não na figura do prefeito, mas de seus mandatários.

E o que temos de mais novo? Jegues no PSF do Bairro Vitória, sujeira, cavalos na praça, buracos pra todo lado. Ops... isso não é tão novo assim... A novidade é que foi aprovado na calada da noite o projeto que aumenta de 212 para 351 o número de cargos comissionados. 

Podemos concluir que a cidade não está em crise financeira e que muitas casas do Gideão, desmoronadas desde o vendaval de 04 de janeiro de 2016 estão todas de pé, concluídas com ajuda da prefeitura (herança maldita das águas de um novo tempo). Só que não.

Enquanto alguns irão pilhar os cofres públicos, a cidade permanece cheia de buracos, os funcionários comissionados continuarão dormindo até dez horas e aprendendo a cultura do predatismo do erário. A administração, meus caros, não encontrou o rumo, não acertou o passo, mas não podemos passar mais três anos e meio aceitando calados que tudo está bem. 

Sou cipoense, de nascimento e de alma e me envergonha ter que dizer que as harpias continuam rondando Cipó sob a égide de um mandato concedido pelo povo e que apoiará irresponsavelmente qualquer projeto apresentado pelo Executivo, repetindo erros de administrações anteriores.

Sempre há quem defenda o indefensável. Sempre há quem pensa que almejo cargos eletivos ou comissionados, mas as ações administrativas tomadas em Cipó desde o mais remoto tempo, me fazem refletir sobre o meu papel de cidadã e me tornar cada vez mais avessa à política eleitoreira.

Não. Não me calarei... por ora ando ocupada com meus projetos pessoais, dos quais em breve darei notícias e com a organização do III Colóquio de Educação Infantil Formacce Infância, da UNEB, todavia, continuo indo a Cipó, observando, conversando com as pessoas, ouvindo suas opiniões pois não gosto de publicar mentiras ou leviandades. Fica aqui o meu profundo repúdio às velhas práticas de tão jovem gestor... e esmaece o meu último fio de esperança..." Por Niclécia Gama, na sua pagina no facebook.

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