quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

PROBLEMAS DO HOSPITAL GERAL SANTA TEREZA

Danilo Matos, diretor do Hospital Geral Santa Tereza, falou pela primeira vez sobre a situação da unidade hospital desde que assumiu a função no início de abril de 2016. Ele recebeu Tony Santos, repórter da Rádio Pombal FM, na terça-feira, 06 de dezembro 2016, e disse que as dificuldades enfrentadas pelo HGST não são muito diferentes daquelas observadas no país, citando o Rio de Janeiro, que vem fechando portas de emergências.

Mas, segundo ele, mesmo com esses percalços, o  Hospital Geral conseguiu alguns avanços, pois houve um aumento de 200% em procedimentos, consultas, atendimento de emergência se comparado com 2015. No que se refere ao número de cirurgias gerais realizadas no mesmo período,  ele disse que o aumento foi de 465%. Já no atendimento de Ortopedia o  aumento foi de 250%. Porém, segundo ele, esse aumento é preocupante porque resulta de uma falta de assistência nas unidades hospitalares de alguns municípios, o que provoca o aumento do número de pacientes no Hospital Regional. 

“O que tem lotado o hospital, é a quantidade de pacientes nesse período vindos dos municípios vizinhos. O hospital anda superlotado”, chamando atenção para alguns municípios onde os prefeitos não conseguiram se reeleger ou fazer sucessor, e estão deixando de oferecer a atenção básica, fazendo com que muitas pessoas procurem o HGST, sobrecarregando o atendimento na unidade, que somados aos casos de urgência e emergência tem feito com que pacientes fiquem nos corredores. “A estrutura física do hospital não suporta mais atender uma região de 400 mil habitantes.”

Ele atribuiu à estrutura física e ao subfinanciamento a crise pela qual a unidade vem passando, colocando a situação financeira como a mais grave, pois da quantia de R$  1.937.000, 00 (um milhão, novecentos e trinta e sete mil reais), repassados à Fundação pelo Governo do Estado, 1 milhão e 400 mil são gastos com o pagamento da folha de funcionários (574 mil reais) e de médicos (741 mil reais),  sobrando cerca de 600 mil reais para gerir um hospital com sete leitos de UTI, além dos gastos com água, energia, medicamentos e outros materiais

Quando questionado porque apesar desse valor que ele considera insuficiente para gerir de forma satisfatória o hospital, a Fundação José Silveira insiste em continuar com o contrato, Danilo disse que para manter outros contratos que são considerados bons com o estado, a Fundação tem que assumir outros não tão bons assim, como é o caso do contrato para gerir o Hospital Geral Santa Tereza, classificado por ele como ruim para a Fundação, pois o dinheiro sequer dá para cobrir os custos, imagine investir para garantir um atendimento melhor e mais amplo.

Consócio para gerir o Hospital Geral Santa Tereza: Sobre a proposta do governador Rui Costa de que o Hospital Geral Santa Tereza seja gerido por um consórcio formado pelos catorze municípios da área de abrangência da unidade hospitalar, Danilo disse que já estava sabendo e que havia conversado sobre isso com o prefeito Ricardo Maia, deixando bem claro que não se opõe desde que seja para melhorar as condições de funcionamento do hospital. “Se for para melhorar o hospital, que venha consórcio, que venha qualquer outra empresa. Se os outros prefeitos tiverem a mesma cabeça que o prefeito de Pombal tem, eu não tenho dúvida que dará certo”, disse o diretor.

Porém ele alertou que essa será uma experiência única até agora na Bahia de um consórcio gerir um hospital e que ele não sabe se com esse valor repassado pelo governo do estado será possível os prefeitos gerirem satisfatoriamente o hospital, destacando, porém, que a grande vantagem é que a gestão financeira será feita pela própria unidade, que terá uma maior autonomia para otimizar os recursos. Mas ele entende que o repasse feito no momento para o HGST é pouco e fica muito aquém daquilo que a região precisa em termos de investimento na saúde, com a qual o estado historicamente tem uma falta de atenção muito grande, alertando que o contrato do governo com a Fundação José Silveira para gerir o hospital de Ribeira do Pombal é um dos que têm o menor valor na Bahia em recursos para hospital geral.

Funcionários: No que diz respeito aos funcionários, ele disse que toda mudança causa uma certa estranheza, mas sabe da competência de todos que trabalham no hospital, definindo que sua equipe é a melhor equipe de saúde do Nordeste baiano. “Os funcionários devem ficar tranquilos porque seja lá quem assuma, nós vamos continuar trabalhando porque o movimento do hospital não vai parar em virtude de mudança de gestão. E sobre direitos trabalhistas não é preciso se preocupar porque isso já está constituído em lei”, disse o diretor mostrando confiança de que seja quem for que venha assumir o hospital praticamente toda essa mão de obra qualificada será aproveitada.

Salários atrasados: Danilo garantiu que não há salários atrasados, nem de funcionários nem de médicos. O que existe é atraso no pagamento de férias do mês de setembro, outubro e novembro. Também a primeira parcela do 13º que deveria ser paga no dia 30 de novembro não foi paga, mas que a Fundação tem até o dia 19 de dezembro para fazer o pagamento de 100% do 13º salário. Ele informou ainda que a renegociação que foi feita com os médicos que antes de ele assumir estavam com salários atrasados e chegaram a fazer algumas paralisações, foi honrada e que não existe nenhuma pendência nesse sentido e nem risco de uma nova paralisação. Redação do www.pombalfm.com.br


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