quinta-feira, 4 de maio de 2017

A VIOLÊNCIA ATUAL EM EUCLIDES DA CUNHA

Ainda lembro perfeitamente a primeira vez que pisei em solo euclidense. Para quem buscava reviver a experiência de morar em um local sossegado no interior, Euclides da Cunha preenchia todos os pré-requisitos. À época, quase dez anos atrás, uma notícia de homicídio ou qualquer outro ato de violência grave soava como uma piada. E as estatísticas oficiais comprovam isso.
 
Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP/BA), entre 2007 e 2008 apenas 09 casos de homicídios foram registrados na cidade. Com a virada da década, a coisa começou a mudar. Somente em 2010, foram 10 mortes, e em 2011 esse número subiu para 13, uma realidade que começou a assustar os moradores.

Nos relatos policiais, quase sempre a justificativa da causa é a mesma: envolvimento com o tráfico de drogas. De fato, uma apuração rápida demonstra que no currículo das vítimas esse tipo de relação é quase regra. Entretanto, o momento alarmante pelo qual a pacata Euclides da Cunha tem passado merece um pouco mais de reflexão.

Em 2010, Euclides da Cunha contava com uma população de 56.289 habitantes. Em 2016, segundo dados do IBGE, já somos exatos 61.618, um crescimento de 9,46%, o que corresponde a um crescimento anual de 1,58%, percentual que, embora não assuste, está acima da média nacional, 0,9%, a qual vem diminuindo anualmente.

Pelos dados oficiais, entre janeiro e abril de 2017 já foram registrados 07 casos de homicídios na cidade. Se o ritmo se mantiver, teremos um número desastroso de vidas a menos para celebrar no próximo Natal. Por enquanto, vai se criando, paralelo à sensação de horror com o aumento da violência, um sentimento silencioso de “morreu porque estava envolvido”. E se a onda avançar para a praia dos “inocentes”? 

No caso específico de Euclides da Cunha, se nada for feito para frear a onda crescente de violência, em breve seremos obrigados a surfar sobre a força esmagadora das águas de um tsunami de efeitos irreversíveis.  Só que até mesmo os melhores surfistas uma hora levam um tombo e caem. É bom lembrar! *Josevaldo Campos, jornalista de profissão, inclinado à publicidade e compositor nas horas vagas. Artigo completo no site euclidesdacunha.com.br 

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