Está aí um caso que vai dar muito o que falar (e cadeia para
alguns). Cento e noventa dos 417 municípios baianos ganharam na Justiça causa
em que questionavam diferenças nos repasses, pelo governo federal, do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (Fundef, atual Fundeb). O pagamento começou agora, em plena campanha
eleitoral, valores que oscilam entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões.
As prefeituras engordaram o caixa e suscitaram uma questão:
como esse dinheiro deve ser gasto? O Ministério Público de Contas do Tribunal
de Contas dos Municípios recomendou que o órgão determinasse a obrigatoriedade
de os recursos serem aplicados em educação. O projeto foi à votação anteontem e
adivinhe o que aconteceu? O MPC perdeu.
Chico Neto, o presidente do TCM, está viajando, presidiu a
sessão o vice, Fernando Vita. Como presidente só vota em caso de empate (para
desempatar), Paolo Marconi e Plínio Carneiro votaram a favor, e Mário
Negromonte, João Alfredo Dias e Raimundo Moreira, contra. Placar final: 3 a 2. Vai dar um bom rolo. Fundef é dinheiro de
educação e o MPC estava propondo a lógica. Do jeito que está, ficou o
vale-tudo.
MPF na cola - O Ministério Público Federal (MPF) está de
olho na aplicação dos recursos. E, pelo visto, trabalho não vai faltar. Já
circula a notícia de que o prefeito de Queimadas, Tarcísio Pedreira (PR), lá
atrás, negociou o repasse com um escritório de advocacia, com deságio de 50%.
Honorários - Um dos pontos que o MPF está fazendo nas suas observações
é justamente o dos honorários advocatícios, que giram em torno de 20%, o que
equivale a no mínimo R$ 1 milhão. O MPF acha os processos 'pouco complexos'. Da
Coluna Tempo Presente, por Levi Vasconcelos,
Jornal A TARDE, Edição de sábado, 20 de agosto 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário