A troca de cargos por apoio se tornou uma característica tão
brasileira na política quanto o samba e a feijoada são instituições nacionais.
A prática - condenável -, tão criticada no exercício do governo da presidente
afastada Dilma Rousseff, foi naturalizada nesta quarta-feira (3) pela candidata
a prefeita de Alagoinhas, Sônia Fontes (PSB), flagrada em uma gravação
negociando o apoio do PHS em troca de
cargos comissionados numa eventual eleição em outubro.
Apesar de muito concreta na política nacional – e com
parlamentares comemorando ao emplacar nomes nos mais diversos escalões nas
esferas federal, estadual e municipal -, o uso da máquina pública para
negociatas não deveria ser institucionalizado. Sônia, ex-deputada estadual, no
entanto, é apenas um bode expiatório. A candidata socialista (veja só) resumiu
a comédia pastelão política que se tornou o Brasil.
Das 417 cidades da Bahia, com 35 partidos disponíveis, o
número de negociações como a gravação divulgada ultrapassa a casa dos milhares.
Se a conta levar em consideração os municípios brasileiros, multiplique por
muito mais vezes. Partidos resumidos em uma pasta e com donos nos planos
nacional, federal e municipal são personagens ideais para que o interesse
público não seja levado à sério. Afinal, o Brasil não é um país sério. Por Fernando
Duarte no Bahia Notícias.
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