O vereador Jean Gil (PTN), de Cipó, prepara uma ação no
Ministério Público da Bahia (MP-BA), contra sua colega Alaíde Joana dos Reis
(PR) por improbidade administrativa.
Durante uma sessão da Câmara Municipal de Cipó, em 27 agosto
de 2015, a parlamentar afirmou que recebia uma cota de combustível da
administração municipal, e que usava os valores para presentear quem a
auxiliava nas suas obras sociais.
"O próprio carro da Câmara ia com a minha cota, eu
colocava a cota da gasolina para levar o paciente. Então, trocava sim por
perfume, porque as pessoas que me
ajudam, a equipe que me ajuda, eu geralmente presenteio com perfumes, com
cremes, com hidratantes. Tanto no natal, quanto no aniversário deles, pois eu
tenho uma particularidade, uma amizade com eles. Hoje não deixei de ser oposição,
de virar oposição... não pensei em
momento algum de virar oposição porque eu continuo com meus presentes, bancado
pelo meu salário. Não fiquei no comodismo por ser situação e ter suas
regalias", disse no trecho do áudio.
Procurada pela reportagem, Alaíde disse que a ação no
Ministério Público seria uma represália de Gil, ex-colega de Partido dos
Trabalhadores, depois dela aciona-lo na polícia por dizer que ela recebia
propina durante uma sessão realizada no último dia 3 de maio.
A vereadora disse que
trabalhou por um ano e três meses para a situação, entre 2013 e 2014, e que
durante o período, “assim como continua acontecendo”, todos os vereadores da
oposição recebiam cota de combustível do prefeito Romildo Ferreira Santos
(PSD). "Por que ele não aciona os outros colegas e o prefeito? Ele quer
prejudicar só a mim", acusou.
Alaíde ainda disse que foi para a oposição por discordar de
ações da atual gestão, que estaria atrasando o salário dos servidores do
município. Para ela, a ação contra ela no MP-BA teria como objetivo isola-la
politicamente. "Ele [Jean Gil] quer ser prefeito e eu estou apoiando o
prefeito anterior, Jair de Macedo. Sou a única na Câmara que o apoia, daí pra
frente eu sei que só vai ser ‘chumbo grosso’", afirma.
Gil, que é pré-candidato a prefeito por sua legenda,
confirmou o incidente do último dia três, e negou que exista prática de
pagamento de cota aos vereadores da oposição. "Cada vereador, isso ela
mesma disse, recebia cota. Ela como não tinha carro usava para comprar
perfumes. Eu nunca recebi, posso responder por mim", disparou. Do Bahia
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