sábado, 21 de outubro de 2017

PRECATÓRIOS FUNDEF: PROMOTORES, ADVOGADOS

Promotores de Justiça do Estado da Bahia que atuam nas áreas de educação e moralidade participaram na sexta-feira, 20 de outubro 2017, de uma reunião conjunta na sede do Ministério Público estadual, no CAB, para discutir estratégias de atuação para suspender o uso de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) para pagamento de escritórios de advocacia. 

Segundo o promotor de Justiça Luciano Taques, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Moralidade Administrativa (Caopam), diversos municípios passaram a contratar advogados para ingressar com ações de execução pleiteando a complementação pela União de recursos do Fundef, “tendo em vista erro de cálculo, entre 1998 e 2006, do valor mínimo nacional por aluno”. 

No entanto, explicou o promotor de Justiça, “esses recursos não podem ser utilizados para remunerar advogados. Precisam ser utilizados estritamente na educação”. Ele complementou que estima-se que existam atualmente mais de 600 municípios no país que contrataram escritórios de advocacia para ajuizamento de ações de cobrança de créditos junto ao Fundef.

Luciano Taques relatou ainda que a contratação de advogados, sob a ótica da defesa do patrimônio público, é formalmente inválida, pois não se trata de caso de contratação por inexigibilidade de licitação, e materialmente inválida, em razão do valor exorbitante que está sendo pago a título de honorários advocatícios já que, na prática, cerca de 20% da complementação da verba indenizatória para investimento na educação está sendo utilizada para pagamentos de escritórios de advocacia. Segundo os promotores de Justiça presentes no encontro, essas ações judiciais poderiam ser ingressadas pela própria Procuradoria Jurídica dos municípios, sem necessidade de contratação de escritórios de advocacia. 

Também esteve presente na mesa de abertura da reunião o promotor de Justiça Valmiro Macedo, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (Ceduc); o procurador da República Leandro Bastos; além de representantes do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e Tribunal de Contas da União (TCU). Do Cecom/MP

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