terça-feira, 25 de dezembro de 2018

REFORMA DA PISCINA TERMAL, POR NICLÉCIA GAMA

Para alguns reinvidicar a reforma rápida da piscina pode parecer birra. Essa cobrança foi um prelúdio para refletirmos sobre sua importância para Cipó. Para mim, ela é fator de cura: foi em suas águas quentes que tratei minha asma, foi nela que melhorei as dores da hérnia de disco. Foi nela que me recuperei mais rapidamente de um deslocamento no joelho. Foi nela que muitas pessoas se curaram de dermatites, problemas ósseos e musculares, problemas circulatórios.Foi nela que nos encontramos para nos divertir, fortalecer os amizades e fazermos outras tantas. Nas noites quentes do verão, era nela que fazíamos ponto de encontro já que o sol escaldante não nos permitia durante o dia.
ei que era preciso uma parada para manutenção, mas não uma parada tão longa, que sacrificasse os dias de férias dos poucos turistas e moradores que insistem em acreditar na cidade.Talvez meu lamento incomode tanto por ser tão contundente, mas é um patrimônio que vem sendo esquecido pela própria população da cidade. 
Nós temos em Cipó um patrimônio incalculável: nossas águas termais. Sua composição química é tão rica que só se equipara a uma fonte que existe na Rússia e é referenciada em pesquisas desde os anos 1920. Há muito se conhece o seu potencial, desde as fontes exploradas pela Professora Maria Macedo, a Sinhá Dantinhas e mais tarde exploradas comercialmente pelo Dr. Genésio Sales, dos quais as novas gerações sequer conhecem seus nomes e sua história está fadada ao esquecimento. A Buvete quase não existe mais. É um fio de água cercado de limo e lixo no final da praça, num cantinho escondido fora dos muros do Grande Hotel. 
Aos antigos e atuais administradores, pergunto: que vocês têm feito para retomar o nosso potencial? Colocado na pasta da Secretaria de Turismo pessoas sem a qualificação necessária para alavancar nosso potencial? Esse descaso não é de agora. Quando oferecem o cargo a pessoas competentes não lhes dão os recursos necessarios para fazerem um bom trabalho. Outras vezes oferecem o cargo a meros desconhecidos, que nao sabem uma vírgula de nossa história por trocas de favores políticos, mas ainda bem que um dia as máscaras caem e as faces dos interesseiros se revelam...
E assim vamos caminhando. Enquanto nossos vizinhos fomentam o turismo termal nós vamos sendo esquecidos, varridos do mapa das águas quentes.Estamos fadados ao esquecimento caso não haja uma política pública de resgate ao turismo termal... mas não quero esquecer a piscina da praça. Precisamos todos dela pois é parte de nossa identidade cultural. Agora sim, lavei a alma. Pena que não foi na piscina... Por Niclécia Gama, especialista em Gestão Pública, 25.12.2018

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