RIBEIRA DO AMPARO: EXECUTIVO X LEGISLATIVO-II

Quando um prefeito não tem maioria na Câmara o andamento do exercício financeiro do município é decidido pela oposição. Se esta é feita radicalmente a ponto de impor limites orçamentários, mesmo com dinheiro em conta, o gestor fica impossibilitado de fazer pagamentos, oferecer serviços e executar obras. Isso porque todo e qualquer gasto público tem que ser obrigatoriamente autorizado pelo Poder Legislativo.

Esse é o cenário que se desenhou no município de Ribeira do Amparo, onde Germano não conseguiu fazer maioria na Casa Legislativa e agora quem dita o que vai ser gasto ou não é a oposição, mantendo o prefeito acuado e mendigando dotação orçamentária, que é dada segundo os interesses dos oposicionistas e não segundo a necessidade da população. Talvez se o prefeito tivesse a maioria dos vereadores, estes lhes dariam tudo que pedisse, até mesmo muito além daquilo que de fato precisasse para dar andamento normal à sua administração.

O problema está exatamente nisso. As Câmaras, na sua maioria, quando não é oito, é oitenta. No momento a Câmara de Ribeira do Amparo, talvez está sendo vinte em uma escala de oitenta quando deveria ser quarenta para não dar tudo que o prefeito pede, mas também não lhe conceder aquém do que precisa para seguir tocando normalmente sua administração. Mesmo entendendo que a Câmara não deva ser oitenta, ela deveria usar da sensatez e buscar um meio termo porque a diferença entre o veneno e o remédio é a dose. E a dose política que a oposição de Ribeira do Amparo está aplicando à gestão de Germano está mais pra overdose e seus efeitos quem mais sente é o povo.

E não fique pensando que recebi alguma vantagem para escrever esse texto porque isso não fiz, não faço e nunca farei. Estou escrevendo esse texto porque não consigo ficar calado diante de jogo político sujo e rasteiro. Por Tony Santos, professor e radialista .