O fato pegou a todos de surpresa na noite de segunda-feira, 16 de julho 2018. Apesar de já haver um burburinho na cidade acerca da sessão
ordinária, todos os presentes na Câmara de Vereadores de Itaberaba se
viram perplexos diante do anúncio de Zenildo Aragão, o vereador Paraná
(PP). A carta de renúncia, lida pelo vereador Niltinho, dizia que a
decisão descrita era de ‘caráter irrevogável e irretratável, com efeitos
imediatos’. O motivo, ‘de foro íntimo’, ficou ecoando nas mentes de
quem assistia à leitura. No início de maio desse ano – precisamente no
dia 7 de maio – o edil já havia se afastado alegando que “precisava
cuidar da saúde”.
À época, quem assumiu no dia seguinte foi o suplente Amarildo Dias
(PSB), que alçou esse posto por conta dos 789 votos nas eleições de
2016. E volta à cadeira, dessa vez, definitivamente, diante do cenário
que se estabeleceu. Do mesmo partido do prefeito Ricardo Mascarenhas
(PSB), tudo indica que Amarildo – caso siga a linha partidária – entra
para a conta de vereadores aliados da gestão municipal na Casa
Legislativa.
E à “renúncia irretratável”, a justificativa é a mesma. Em lágrimas,
Paraná fez um discurso visivelmente penoso, difícil, onde cada palavra
parecia sair a muito custo. Em um trecho, filosofou, aos prantos,
dizendo que “há momentos na vida que temos que decidir pelo melhor
viver. Como diria o sábio: quem não tem tempo de cuidar da saúde, terá
que arranjar tempo para cuidar da doença”; deixando claro que o ‘motivo
de foro íntimo’ seria algum problema de saúde, ou algum tratamento
preventivo.
Na cidade, a discussão em torno do assunto é a estranheza causada pela atitude do vereador. Se
no primeiro afastamento, a repercussão era de dúvida acerca dos motivos,
agora com a renúncia, o que se propaga aos quatro cantos da cidade é a
certeza de que a verdadeira razão para a saída abrupta da Câmara, está
bem distante do que foi dito no discurso custoso do vereador Paraná. Por Alice Ita do Jornal da Chapada
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