sexta-feira, 23 de agosto de 2019

POMBAL PODE CAIR NUMA MEXICANIZAÇÃO?

Antes de começar, é preciso entender o significado da palavra mexicanização. Ela entrou para o vocabulário político depois que o PRI (Partido Revolucionário Institucional) dominou a política no México por 71 anos, encerrando seu poder ininterrupto no ano de 2000. Não deixa de ser, claro, um exagero levar ao pé da letra a palavra para determinar o que ocorre na política de Ribeira do Pombal, mas serve como alerta para o que está ocorrendo no maior e mais desenvolvido município da nossa região.
A luz de alerta acendeu numa rápida conversa com o vereador petista Dr. Jairo. Perguntamos a ele se agora, finalmente, o PT lançaria candidato, sendo ele o nome para prefeito do partido. A pergunta é pertinente porque não apareceu nenhuma nova liderança política de destaque no município depois do atual prefeito. Não há, inclusive, um nome da oposição que possa incorporar o espírito da divergência, combustível necessário e importante para a manutenção e alimentação do processo democrático. O ex-prefeito Dadá, que já não apresentava tanta força opositora assim, era o nome da divergência e não está mais entre nós.
A resposta dada por Dr. Jairo carregou uma certa frustração. “Nós temos uma liderança imbatível, que oscila sempre com uma popularidade em torno de 85%, que é Ricardo Maia.” Ou seja, Dr. Jairo não vê ambiente para lançamento de uma candidatura petista, muito menos de oposição. E foi mais adiante quando disse: “Quem ele lançar será o prefeito de Ribeira do Pombal.”. Então emendei: Ele escolheria o senhor, por exemplo? Dr. Jairo saiu pela tangente e disse que ninguém sabia quem ele escolheria como candidato. O papo que virou quase entrevista seguiu adiante e Dr. Jairo ultrapassou a fronteira da política pombalense. 
Disse que o futuro de Ricardo Maia passa pela eleição do senador Otto Alencar como prefeito de Salvador. “Se vingar Otto prefeito de Salvador, Ricardo Maia será o deputado federal mais votado da Bahia nas próximas eleições. Mesmo que Otto não se eleja em Salvador, Ricardo Maia se elege com mais de 100 mil votos.”. Parece que Dr. Jairo escreve o atual prefeito como a liderança municipal que terá uma fotografia ao lado de Oliveira Brito.
Se este retrato se configurar, corre-se risco de virar uma mexicanização, mesmo que um pouco menor que a do PRI. Para que isso não aconteça, é preciso uma oposição mais atuante. Um prefeito ter mais de dois terços do número de vereadores, por eficiente que seja ele, acaba por criar um ambiente totalitário, sufocando o surgimento de novas ideias, de novas lideranças, e, como consequência, cria um ambiente próximo de uma ditadura ou de uma coronelização. Um partido como o PT jamais aceitaria isso se a liderança não tivesse no seu campo de companheirismo, mesmo que tal político fosse mesmo um desenvolvimentista. Por Professor Landisvalth, no site Contra Prosa 

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