Encontro-me numa situação de interregno. Palavra feia mas que define a situação do país e da cidade hoje: a ausência de Governo, a perda de referências sócio-políticas. Em nível nacional temos um governo que atira para todos os lados, flerta com o fascismo e tem deixado claro o seu projeto perverso de sucatear a educação pública e alvejar os professores, desvalorizando cada vez mais a nossa categoria, que infelizmente forma também os pulhas.
Mas voltemos a uma análise da cidade: Nos últimos 10 anos vimos Cipó mergulhada numa crise política sem precedentes que culminou na eleição de Romildo. Uma administração que se revelou um desastre para a Cidade e para os cofres públicos desde o início, conforme contratos, decretos e licitações acompanhadas no Diário Oficial do município. A população, inclusive eu, acreditou que não poderia haver pior administrador para a cidade e novas eleições vieram.
Esperançosos por novos tempos e apadrinhado por Jailton Macedo, ex-prefeito que alavancou a cidade e depois, no segundo mandato, a abandonou à própria sorte, foi eleito o atual prefeito. Sempre soube que não seria um bom prefeito, por isso não tive o arrependimento que muitos de seus eleitores estão tendo em relação ao voto dado.
Por cauda das barbaridades cometidas pela administração anterior, tentei acreditar que passado o primeiro semestre, esse governo encontraria seu caminho, mas me enganei estupidamente. O que estamos vendo é uma cidade sucateada, com seus equipamentos públicos e sua população tratada com desrespeito.
A prefeitura tem se tornado uma máquina inchada e a contratação de parentes beira a insanidade. A incompetência dos membros do primeiro escalão é notória e a população tem que engolir caladinha tudo que esse (des)governo tem feito. É uma administração traidora do povo e daqueles que a elegeram.
È uma administração que não tem palavra, não tem brio. Isso inclui também os vereadores, tanto os da situação como alguns de oposição. O que acompanhado nas sessões da câmara é um desfile de egos e de conivência com os demandos do prefeito. No mandato anterior quem era situação defendia o seu quinhão e hoje na oposição, critica posturas que lhes eram próprias. O mesmo ocorre com os que mudaram para o lado do prefeito. O puxa-saquismo é visível e a responsabilidade de legislar, de “puxar o freio” do prefeito e seus secretários foi jogada ao vento.
Tenho estado calada, não por concordar com nada disso que está ocorrendo, mas por estar muito decepcionada com o caminho que as administrações cipoenses tem trilhado: a da destruição de nosso patrimônio histórico e cultural. Felizmente algumas vozes tem se elevado na comunidade e na Câmara Municipal. Registro aqui as iniciativas de Felipe Britto e Dênis Farias. Fico extremamente feliz quando vejo as postagens e matérias que denunciam o descaso para com a cidade, mas sinto também vergonha alheia.
Já não convido meus amigos para ir a Cipó. Não temos o que ver. Apenas um conjunto arquitetônico que retrata a glória perdida e só...Quero a piscina termal de volta. Eu não esqueci, prefeito. Lembra que você me disse na rádio, para todos ou ouvintes que estaria pronta em maio? Daqui a dois dias já é abril e a obra está parada e se tornou um criatório de mosquitos.
O Pau Ferro está abandonado. A culpa não é só sua. É dos administradores anteriores também. O Ginásio de Esportes está maquiado, mas por dentro, a estrutura está péssima. A Escola Edivaldo Boaventura se tornou um piscinão com essas chuvas. O calçamento das ruas vicinais à BR está esburacado, sem escoamento, a Avenida Sete padece a cada chuva. Mas e o laranjal? O laranjal, vai bem, obrigada!!!! Se a marca da administração anterior era a irresponsabilidade, a dessa é a incompetência. Triste legado para uma cidade que já foi tão próspera e tão bonita! Por Niclecia Gama
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